A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), publicou no mês de março de 2020, as orientações para serviços de saúde e de manejo de corpos. O documento traz recomendações de medidas de prevenção e controle que devem ser acolhidas durante a assistência aos casos suspeitos ou confirmados de infecção pelo novo coronavírus.
Além disso, incluem orientações de como devem ser feitos os funerais e o manuseio dos cadáveres nos hospitais. Com objetivo de orientá-los as equipes de saúde de medicina legal e funerárias.
O contágio de doenças infecciosas, como o coronavírus, também podem infectar por meio de manejo de corpos. Sendo uma situação grave por meio da ausência do uso inadequado de equipamentos de proteção individual (EPI). Desse modo, os profissionais que são envolvidos nos cuidados com os corpos correm riscos de serem contaminados. Contudo, é importante estar protegido da exposição a sangue e fluídos corporais, objetos e outros elementos que podem estar contaminados.
Como manejar os corpos provenientes de coronavírus?
As orientações das precauções do controle de infecção e prevenção devem continuar sendo seguidas para o manejo de corpos após a morte. Pois, podem ocorrer risco de transmissão por contato, apesar que o risco seja menor do que para pacientes vivos.
Desse modo, todos devem utilizar os equipamentos de proteção individual (EPI) apropriados conforme o grau de interação que cada profissional tiver com o cadáver. Essas medidas de prevenção, são necessárias para controlar e reduzir ao máximo a transmissão de microoganismos.
Preparação do Cadáver / Manejo de Corpos
A preparação e acondicionamento do cadáver para transferência ou área de isolamento para uma unidade de necrotério/funerária, autópsia ou local de sepultamento devem seguir as ordens estabelecidas, por exemplo, devem estar presentes apenas os profissionais necessários e todos devem usar os EPIs e fazer higienização das mãos.
Deve-se usar óculos de proteção ou protetor facial, máscara cirúrgica, capote ou avental (usar avental ou capote impermeável caso ocorra risco de contato com fluidos ou secreções corporais) e as luvas de procedimento.
Fazer a limpeza das secreções nos orifícios orais e nasais com compressas, para evitar extravasamento de fluídos corporais.
Para realização do procedimento, faz-se necessário desinfetar a superfície externa do saco e tomando cuidado para evitar o uso de luvas contaminadas. Identifique o saco de transporte em relação ao risco biológico, na situação da Covid-19; agente biológico classe de risco 3.
Transportar o saco com o cadáver para o necrotério do serviço. As macas de transporte de cadáveres devem ser apenas utilizadas para esse fim e ser de fácil desinfecção e limpeza. Logo após remover os EPI, os profissionais devem realizar a higienização das mãos.
Lembrando que a dignidade dos falecidos, da religião, da cultura, tradições e seus familiares devem ser respeitadas.
Autópsias
Não é recomendado a realização de autópsia em pessoas que morreram com COVID-19, pois, pode estar sujeito aos riscos adicionais que devem ser evitados. Os pulmões e outros órgãos poderá conter vírus vivos, por isso a proteção respiratória adicional é importante durante o processo. Mas caso, a autópsia for indispensável, os profissionais devem seguir medidas de segurança para se protegerem, por exemplo, usar óculos de proteção facial, máscaras de proteção respiratória, gorro avental ou capote impermeável, luvas cirúrgicas, capas impermeáveis para calçados ou botas impermeáveis.
Transporte do corpo para funerária/ Local do funeral/ Crematório / Manejo de Corpos
Para realizar o transporte de maneira adequada, o corpo deve estar em saco impermeável, também, à prova de vazamento e selado. Fazer a desinfestação a superfície externa do saco. Dessa forma, nossos sacos desenvolvidos são impressos com as normas exigidas, além de impermeáveis, são rígidos e seguro.
Atente-se aos cuidados de não usar luvas contaminadas. Ao utilizar um veículo de transporte, este também deve ser realizado à limpeza e desinfecção, conforme os procedimentos de rotina. Em geral, todos os profissionais que tiverem contato com o cadáver ou com o saco do mesmo, deverão adotar medidas de precauções padrão, especialmente, na higienização das mãos, além de usar luvas e avental ou capote.
Orientações gerais relacionadas ao Funeral
Devido a pandemia causada pelo novo coronavírus, caso haja funeral, é necessário ocorrer com números de pessoas reduzidas de preferência apenas os familiares mais próximos, desse modo, diminui os riscos de contágio entre as pessoas que participaram do funeral. É importante, durante a cerimônia os participantes do funeral respeitar o distanciamento físico (maior que 1 metro) e fazer a higienização das mãos, ao tossir ou espirrar cobrir com a parte interna do braço ou utilizar lenços de papel descartáveis.
Recomenda-se que devem ser evitados qualquer tipo de contato físico entre os participantes, além disso, pessoas do grupo de risco, como crianças, idosos, gestantes, imunodeprimidos, doenças crônicas e pessoas que apresentam sintomas de infecção respiratória, não participarem dos funerais.
Durante o funeral, deve-se manter o caixão fechado, além de ter produtos adequados para higienização (água, sabonete líquido e o álcool em gel 70%).
Outro aspecto importante, para os encarregados de colocar o corpo na sepultura, devem utilizar luvas e higienizar as mãos com água e sabonete líquido após a retirada das luvas.
Considerações finais para o manejo de corpos
A retirada do corpo deve ser realizada pela equipe de saúde, seguindo as medidas de precaução individual com uso dos EPIs.
Vale lembrar, que o preparo e o manejo apressados de corpos dos pacientes com Coronavírus devem ser evitados.
Caso o indivíduo for confirmado ou com suspeita de Covid-19 falecer em casa, é importante comunicar a morte imediatamente ao serviço de saúde, como os Bombeiros ou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). As pessoas que conviviam com o falecido deverão receber todas orientações de desinfecção dos objetos e no ambiente, utilizando água sanitária.
Não é recomendado para as pessoas acima de 60 anos, com comorbidades (como doenças cardíacas, respiratórias e diabetes) ou imunossuprimidas sejam expostas nas atividades que são relacionadas ao manejo de corpos do cadáver.
 
											

